sexta-feira, 3 de maio de 2013

HERÓIS - OS MINEIROS NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

GUTO AERAPHE dirige uma séria magnífica sobre a participação de soldados mineiros na Segunda Guerra Mundial. O Diretor, formado em Comunicação Social com Pós Graduação em Criação e Produção em Mídia Eletrônica pelo UNI-BH, tem 15 anos de experiência em audiovisual e nesse período já dirigiu e editou dezenas de comerciais para TV, realizou programas para tvs educativas e comerciais, produziu 3 documentários e 4 curtametragens. Foi Professor de Rádio e TV, de Fotografia e Video e de cinema. Conheça mais sobre seu trabalho no site oficial: http://www.gutoaeraphe.com.br/
 
 

domingo, 21 de abril de 2013

HISTÓRIAS DO BRASIL - EPISÓDIO 7


HISTÓRIAS DO BRASIL - EPISÓDIO 5


Os "Soldados de Cristo" no poder - PARTE 2

Os "Soldados de Cristo" no poder - PARTE 2

Os Jesuítas no Brasil – Evangelização e Educação a serviço da fé
     
Pe. Manoel de Nóbrega
Liderados por Manoel de Nóbrega, os Jesuítas desembarcaram no Brasil em 1549, na comitiva do 1º Governador Geral, Tomé de Souza. A sociedade com a qual se depararam era, aparentemente, menos complexa em relação ao oriente. Tal crença resultou na perspectiva de uma catequização mais eficiente.
      Entretanto, a utilização de missionários dentro do universo indígena se mostrou repleta de perigos, e a solução encontrada foi a criação dos primeiros aldeamentos controlados pelos padres: as missões.
      A doutrinação foi iniciada de forma ampla, inclusive junto às crianças. A ”criação“ de novos cristãos se mostrou útil no futuro, por exemplo, na guerra contra os franceses, durante a ocupação da Guanabara.
      A capacidade de adaptação às realidades locais demonstrada em Os Soldados de Cristo no poder (parte 1) também foi utilizada com eficiência no Brasil. José de Anchieta escreveu, em 1556, uma Gramática que se tornou referência para todos os futuros missionários. Contrariando o paradigma estabelecido pelos europeus sobre a ausência de Deus, lei, Rei, pátria e razão, os Jesuítas identificam a humanidade dos nativos para atingir sua sensibilidade e integrá-los à fé cristã.
      As estratégias utilizadas eram baseadas em três princípios: os indígenas eram capazes de aceitar os sacramentos; eram livres e puros por natureza; existiam na forma de um “papel branco” no qual seria escrita a palavra de Deus. Baseados nesses princípios, esforçaram-se para, já no início, mudar dois costumes vistos como incompatíveis com a fé católica: poligamia e antropofagia. Os padres usavam a música, a dança, autos religiosos e procissões para atingir suas finalidades.
      As missões tornaram-se, portanto, a consubstanciação do projeto apostólico jesuíta. Nesses espaços, uma agricultura organizada e a produção de artesanato coexistiam com momentos de lazer e oração. Era uma experiência, polêmicas à parte, de expansão religiosa e civilizacional. A estrutura foi aceita pelo Estado, levando à criação, no ano de 1686, do Regimento das Missões, que dava aos Jesuítas a jurisdição espiritual e o controle da administração temporal. Estava criado o cenário para as animosidades com os colonos, ávidos pelo emprego da mão-de-obra indígena.
      Na educação, os inacianos não foram menos atuantes. A alfabetização dos nativos era acompanhada pelo ensino dos filhos dos colonos. No final do século XVIII já eram dezenove escolas. As disciplinas predominantes eram o Latim, a Filosofia e Teologia, visando à formação de novos missionários. Entretanto a preparação de novos padres não era a única função das escolas, pois a demonstração vocacional de determinados alunos era premiada com indicações para a Universidade de Évora (mantida pela Companhia) ou Coimbra, onde os Jesuítas possuíam relevante influência.
      Os colégios tornaram-se os principais centros culturais do Brasil. Os membros mais bem qualificados do clero passaram, possivelmente, pelas aulas de Teologia Moral ministradas pela Companhia de Jesus.

Missões e expansão territorial (Nordeste e Norte)

      Além de sua atuação no Rio de Janeiro e São Paulo, os Jesuítas foram fundamentais em missões no nordeste, norte e sul do Brasil, contribuindo decisivamente para o processo de expansão do território.
      A partir das chamadas missões volantes no Rio de Janeiro e Bahia, o padre Manoel de Nóbrega organizava o sistema. A abrangência do modelo mostra a capacidade organizacional dos Jesuítas, pois os aldeamentos ocupavam uma faixa de território compreendida entre Pernambuco e São Vicente. As sedes eram responsáveis pela catequese dos indígenas e estabelecimento de missões, colégios, Igrejas e seminários.
      Como era de se esperar, a Companhia não conhece limites. Restava agora a expansão até o Maranhão e o interior. Desta forma, os Jesuítas integraram-se ao próprio processo de interiorização colonial.
      No ano de 1575 chegam ao Rio São Francisco e ocupam Sergipe e Alagoas. São expulsos da Paraíba por colonos no final do século XVI, mas, disciplinados e persistentes, retornam no final do século XVII e fundam, em 1683, o Colégio da Paraíba (atual Faculdade de Direito). Após a ocupação de Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e Maranhão, seguem a mais nova tendência do processo colonizatório: a interiorização rumo à Amazônia.
      Portugal ainda fazia parte da União Ibérica quando Felipe III, em 1618, criou o Estado do Maranhão que compreendia Maranhão, Pará, Amazonas, Amapá e Piauí. Liderados por Luís Figueira, a partir de 1607, expandiram suas ações até o Pará, nas regiões de Tocantins e Baixo Xingu. Fundaram, na metade do século XVII,
Conventos e colégios em São Luís e Belém.



Pe. Antônio Vieira
       Nesse contexto se destaca a figura do padre Antônio Vieira (1608-1698), que através de seus sermões defendeu novas leis referentes aos nativos, se posicionando contra o aprisionamento dos indígenas nas guerras promovidas pelos portugueses. Nesse período, as atividades jesuíticas atingiram seu auge. Entre suas posses aparecem dezessete aldeias, dois colégios, um seminário, além de vinte e cinco fazendas, três engenhos e uma olaria, que os tornaram autossuficientes economicamente, mas também alvo da cobiça e de inveja por parte dos colonos e da própria metrópole.

 Prof. Luiz Otávio Marques

Na próxima postagem, PARTE 3 – Os Jesuítas no sul, conflitos com os colonos, relações com a Metrópole e polêmicas acerca da ordem.

sábado, 6 de abril de 2013

Os "Soldados de Cristo" no poder - PARTE 1

        "Jesus nos ensina de outra forma: saiam. Saiam e compartilhem seu testemunho, saiam e interajam com seus irmãos, saiam e peçam: tornem-se o mundo em corpo assim como em espírito".

BRASÃO - CIA DE JESUS
Para muitos, o pronunciamento do Papa Francisco, eleito no conclave do dia 13 de março, pode ser interpretado como prenúncio de uma nova Igreja que se edifica. Entretanto, ao analisar as origens do cardeal, as palavras soam familiares e coerentes: Jorge Bergoglio é um Jesuíta.
Quando Inácio de Loyola criou a Companhia de Jesus, com certeza não poderia imaginar o papel fundamental que a mesma exerceria na propagação da fé católica pelo mundo. Afinal de contas, quem são os Jesuítas? Qual foi o contexto para a sua criação? Quais foram as polêmicas que envolveram suas relações com o Vaticano?
Letrados, inovadores e disciplinados, deram à educação um novo status e tornaram-se intimamente ligados aos processos de formação de professores, intelectuais e missionários, particularmente na Europa e América Latina.

Origens

INÁCIO DE LOYOLA
        A existência de ordens religiosas não era novidade na Idade Média. Franciscanos e Dominicanos assumiram uma função específica de pregação junto à população mais humilde. Os Jesuítas, entretanto, se dedicaram à expansão do catolicismo além do velho continente e essa se tornou a base de suas ações.
        A Europa nas primeiras décadas do século XVI é palco de mudanças em diversos níveis. A formação dos Estados Nacionais coexistia com a Expansão Marítima, e o Renascimento Cultural afirmava as transformações da mentalidade europeia
        Neste ambiente, Lutero iniciou um processo que implicaria na maior ruptura enfrentada pela Cristandade: a Reforma Protestante. As ideias do monge alemão se expandiram com relativa rapidez pela Europa e foram acompanhadas pelas reformas de Calvino na França e Henrique VIII na Inglaterra. As alterações do mapa religioso europeu criaram uma necessidade de reação por parte de Roma, concretizada a partir do Concílio de Trento (1545-1563). Mais que uma mera formalidade, estava em jogo a sobrevivência da fé católica.
        A Companhia de Jesus foi criada em 1534 por estudantes da Universidade de Paris e oficializada no ano de 1540 pelo Papa Paulo III. Liderados por Inácio de Loyola e Francisco Xavier, o grupo possuía forte espírito cruzadístico e se reportava diretamente ao Pontífice. Seus objetivos eram a expansão do catolicismo, inclusive para a Terra Santa, onde buscariam a conversão daqueles considerados infiéis. Entretanto, sua capacidade de organização e intelectualidade ampliaram horizontes, tornando-os responsáveis por um processo de globalização religiosa sem precedentes.

Rumo ao Oriente

FRANCISCO XAVIER
        Após a instalação da ordem em Portugal, o caminho para a Ásia ficou mais próximo. Como desdobramento da Expansão Marítima, a Companhia partiu para a Índia em 1541, agindo de forma mais independente em relação ao Estado luso e iniciando uma atuação mais efetiva junto à população.
        Sob o comando de Francisco Xavier, criaram a missão no Japão e iniciaram o projeto para a difusão do catolicismo para a China. O padre não viveu o suficiente para ver realizada a catequização entre os chineses, mas sua memória permanece sendo extremamente respeitada no oriente. Suas ações foram um marcador de águas para a mudança na concepção sobre a expansão da fé católica. A crença na adesão espontânea dos povos visitados foi substituída pela metodologia sistemática, pela disciplina e pela capacidade de adaptação a diversas realidades. Francisco Xavier confirmou a tese quando se apresentou em ricos trajes aos senhores japoneses, pois sabia que aquela cultura não apreciava a pobreza entre lideranças religiosas. Até mesmo o evangelho foi adaptado de acordo com elementos locais, como na passagem em que Cristo transforma a água... em saquê.
        A arquitetura seguia o estilo dos templos budistas e as roupas copiavam o padrão dos monges. Mesmo quando enfrentavam algum obstáculo em áreas de religião mais consolidada, como no Tibete, usavam o recurso da cultura e ciência para tentar, de forma sutil, propagar mensagens do evangelho.
        É importante ressaltar que as correspondências jesuíticas não são apenas referências à ordem. Muitas delas caracterizam os primeiros relatos sobre regiões antes desconhecidas pelos europeus. Desta forma, a produção cultural da Companhia de Jesus pode ser analisada pelo âmbito da Geografia, das Relações Internacionais e da História. Seus documentos são, inclusive, utilizados nos países visitados como fontes de pesquisa.
        Mas nem tudo correu da forma planejada. O crescimento de sua influência criou forte oposição em algumas regiões e os jesuítas tornaram-se alvo de autoridades locais. As constantes perseguições ocasionaram significativa redução na quantidade de católicos no oriente, o que não reduz a importância da ordem como elo fundamental nas relações entre ocidente e oriente.

Prof. Luiz Otávio Marques

Referências Bibliográficas

História do Brasil - Bóris Fausto
Dicionário de Brasil Colônia - Raimundo Faoro

Os Jesuítas no Brasil Colonial - a Vida no Tempo da Colônia - Paulo de Assunção

Na próxima postagem, PARTE 2 – Os Jesuítas no Brasil.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Para fazer História

O blog UMA QUESTÃO DE HISTÓRIA será um veículo para a divulgação de informações referentes às minhas atividades em sala de aula e cursos. Entre as publicações mais recorrentes estarão:

- Textos próprios e outros, publicados por terceiros;
- Gabaritos de atividades realizadas em sala,
- Links para cursos e leituras de interesse acadêmico
- Vídeos didáticos
- Listas de exercícios 
- Bibliografias

Espero que o Blog seja um instrumento útil para os desafios que nos aguardam. Sejam bem vindos.
Prof. Luiz Otávio Marques